Telemedicina, wearables e IA impulsionam home care e atendimento móvel no país
Por Erivelto Tadeu
A atenção domiciliar à saúde, popularmente conhecida como home care, registrou crescimento expressivo nos últimos dois anos, especialmente em decorrência da pandemia de covid-19. Antes, no entanto, a atividade já vinha ganhando espaço devido, principalmente, ao crescimento no número de idosos e, consequentemente, de pacientes com doenças crônicas e degenerativas. Os avanços tecnológicos também têm contribuído para impulsionar o home care, com a larga adoção de devices e equipamentos com sensores para monitorar a prevenção da saúde, e até mesmo o atendimento móvel.
“A internet das coisas médicas é fundamental para que a interoperabilidade em toda a jornada do paciente, dentro e fora do ambiente clínico hospitalar, seja aplicada com dados fidedignos. Um dos grandes problemas que encontramos de implementação de interoperabilidade é a falta de infraestrutura física e lógica”, diz Fernando Paiva, Co-Founder NephroTech e diretor de Relações Institucionais Lab HL7 Brasil, acrescentando que “sem um processo de sensibilização estruturado para aumentar o nível de maturidade dos profissionais de saúde sobre interoperabilidade, não conseguiremos engajamento em tecnologias exponenciais”,
Um exemplo é o da Fleximedical, empresa que transforma caminhões, carretas, vans e ônibus em centro cirúrgico, ambulatório e centro de diagnóstico itinerantes, levando atendimento médico a regiões com escassez de estruturas de saúde. Os serviços são contratados principalmente por órgãos do governo e empresas que prestam serviço para o SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo Iseli Yoshimoto Reis, CEO da Fleximedical, que participou do Fórum Saúde Digital, a empresa hoje tem 70 veículos adaptados e já fez mais de 3 milhões de atendimentos. A empresária conta que no auge da pandemia, com as UTIs lotadas e a falta de estruturas de saúde, a Fleximedical se engajou a um projeto para atender o maior número de pessoas possível. “A Mercedes-Bens queria inovar e criou uma unidade tomografia para um hospital de campanha focado na covid-19”, diz ela, salientando que a unidade agora vem sendo utilizada em outros tipos de atendimento.
Recentemente, a Fleximedical lançou cabines voltadas para atendimentos via telemedicina. O objetivo é ampliar as possibilidades da telemedicina, com cabines equipadas para medir pressão, temperatura, gordura corporal e até fazer um eletrocardiograma do paciente, explica Iseli. “Com essas cabines, podemos levar o conhecimento de médicos altamente especializados para regiões sem acesso à saúde usando a tecnologia”, diz.
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Fonte: TI Inside